A SEGURANÇA DAS URNAS ELETRÔNICAS
Eu quero ter certeza que meu voto será válido
e à prova de fraude. Ninguém em sã consciência pode assegurar que as urnas são
invulneráveis. Isso é dogma. A criação humana, por mais perfeita que seja se
exaure e começa a ser discutida. Sempre foi assim e graças a isso evoluímos. O
Brasil vem desenvolvendo seu processo eleitoral e apresentando inegáveis
avanços. Passo a pensar a gama de desconfiança que tem gerado o atual sistema
de urnas eletrônicas, principalmente ao se saber que diariamente se tem notícia
de violação de cartões eletrônicos, sistemas bancários, o que não permite
acreditar que as urnas eleitorais possam ser eternamente invioláveis. Até onde
votar assim, não é votar no escuro? Qual é a certeza de que seu voto foi
corretamente computado para seu candidato? É verdade que o sistema encontra em
aperfeiçoamento contínuo, logo, mais uma razão para crer na vulnerabilidade do
sistema. Quantas pessoas juram ter votado em determinado candidato e seus votos
não aparecem computados? Pode ser que estejam tentando justificar-se, mas, se
estiverem falando a verdade? A tecnologia da informação não é infalível. Todas
essas ferramentas têm um tempo. Um ciclo. Em comum, depois de um determinado
período passam a revelar faces então desconhecidas. Quando as urnas eletrônicas
surgiram, sem qualquer dúvida, revolucionaram o processo eleitoral no Brasil,
mas já aquele tempo se contestava a sua segurança.
Lembro de Leonel Brizola,
pronunciando-se a respeito. O tempo passou e sempre existe uma margem, uma
sombra que teima em colocar o sistema em dúvida, quanto a sua infalibilidade.
Em 2012, com todos os avanços das tecnologias de informação, ainda se ouve
falar de urnas que não funcionaram, processamento que demorou horas, e outros
problemas pontuais. Parem. Ninguém está defendendo a volta aos votos nas
cédulas de papel, mas todos concordam que o eleitor precisa ter reconhecido o
direito de manter para si, uma cópia que confirme o seu voto e caso não seja
computado, possa contestar a apuração. Pode ser apenas minha impressão. Pode
ser que eu esteja equivocada, mas democracia é isso. Tenho o direito de não
sentir segurança nesse sistema, até prova em contrário. Quem está escrevendo é
uma eleitora. Uma cidadã como tantas outras ou outros que ficaram perplexos e
não podem fazer absolutamente nada, senão acreditar que se discutindo esse
dogma da infalibilidade do sistema, talvez, aja a superação e um outro seja
erigido, porque é assim que se desenvolve a humanidade.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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