BRASIL, MAIS E MAIS
Acreditar fazendo no
exercício diário o esforço para a sua realização. Como fazer tanto e para
tantas pessoas tão diferentes e tão necessitadas?
Pessoas que nasceram,
cresceram, trabalharam e pouco e nem sequer tiveram o direito de sentir o que é
dignidade. Outras tantas, que também nasceram, viveram, trabalharam e nem
sequer tiveram o direito de ousar realizar um ou outro sonho? Será que somos tão
diferentes? Ou será que nos fazem pensar nas diferenças para nos afastar e
fragilizar os elos que mantemos?
Quais são os sonhos dos brasileiros mais
necessitados?
Quem está trabalhando, empenhando-se para realizá-los ou criar as
condições para sua realização? A história quase sempre tenta repetir-se,
pregando peças aos desavisados.
O que
diferencia e demonstra o grau de evolução é quando se olha, se compreende o
passado e muda mais, cada vez mais.
É o andar em direção com direção ao futuro
que dá segurança de que mais sonhos podem ser realizados.
Qual era o sonho de você brasileiro (a) 15,
14, 13 anos?
Lembro de como acharam impossível gerar tantos empregos como Lula
prometia.
Não sei, mas talvez você que agora esteja lendo, seja um(a) daqueles
(as) que entravam nas enormes filas e ao final do dia, cansados e estressados,
retornavam aos seus lares, desempregados.
Como era ruim não ter muitas esperanças e somente não desistir porque a
coragem nunca nos faltou.
Pode ser, quem sabe, um (a) trabalhador (a) que nasceu
sob o aluguel de moradia, cresceu e
viveu trabalhando por este sonho que mais parecia impossível.
Emprego, moradia e um prato de comida.
Pouca
coisa, mas que trazem um sentido de resgate de dignidade como nenhum outro.
É
preciso somarmos ainda nesse revigoramento de lembranças o tamanho do salário
mínimo, dos programas sociais...
Parece que há entre o hoje e o passado um mar
enorme separando-os.
Várias gerações começavam a estudar, uns concluíam o
fundamental ou um pouco mais e logo a necessidade de trabalho e a oferta e
custo das vagas em universidades, desestimulavam o aprendizado. Ninguém pensava no FIES, no PROUNI, no
PRONATEC.
Hoje os tempos são outros.
O passado teima em querer nos impor as
piores lembranças e desavergonhadamente, sem o menor pudor, procura tumultuar a
compreensão e nos levar ao erro. Já dizia minha avó que a sabedoria está em
compreender as artimanhas, os embustes e até respeitar os embusteiros porque
cumprem seu papel, é de sua natureza o exercício de enganar.
Não se pode transformar
óleo em água, nem sal em açúcar, ainda que tenham semelhanças, suas naturezas
são completamente diferentes.
Cuidar de um Brasil para trabalhadores e
trabalhadoras, necessariamente, há de ser por alguém que tenha essa origem,
essa natureza, obviamente não será um patrão por mais generoso que seja que irá
defender interesses de trabalhadores e trabalhadoras, porque essa não é sua
natureza.
Por isso, eu sou Dilma.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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