O regime democrático é aquele que se aperfeiçoa com o tempo,
com a participação, com a vivência.
Há uma intensa movimentação em todo o país?
As razões ou motivações são as mais diversas.
Todas possuem a
sua legitimidade.
Nesses dez anos de PT no governo houve significativos
avanços.
Não todos.
As pessoas mais desavisadas podem até acreditar que tudo
está errado.
O simples fato de poderem manifestar-se diz o contrário e muito
dessa condição se deve aos que lutaram pela redemocratização e outro tanto aos
que estão imbuídos na construção de uma nação de livres.
Existem exageros ou
exagerados? Em qualquer lugar, ou situação, podem haver aqueles que se excedem,
o que não tira a legitimidade dos movimentos surgidos das bases. Várias
reflexões esse movimento irá ocasionar, mas sem dúvida, apesar da intenção da
direita em capitalizar para si méritos que não possui, mais uma vez, a
sociedade manifesta-se em prol de ideais que indicam um caminho para a melhor
distribuição de renda, de respeito à cidadania e da inclusão social.
E o PT
pode ser contra?
Nunca foi.
Basta observar o número de moradias construídas, do
número de pessoas que estão tendo acesso à universidade, ao trabalho e o valor
do salário mínimo.
Vale lembrar que antes de todo esse movimento, a presidenta
Dilma já determinava a redução de carga tributária para que fosse repassado aos
preços das tarifas de transporte.
Demorou a ação dos governos locais em exigir
que esses percentuais se materializassem. As razões precisam ser analisas, caso
por caso. A grande verdade é que pela primeira vez na história existe uma
preocupação com a construção de uma política pública para o transporte de
pessoas.
Me dirão que isso só será construído por causa desse movimento?
Existe
verdade nisso.
São as demandas nascidas da sociedade e ninguém melhor que os
movimentos populares para o dizerem, que possuem a legitimidade para proporem
mudanças, correções e direcionamentos.
E a direita?
Apenas quer se aproveitar
para se tirar dos ataúdes aquelas criaturas sanguinolentas que não possuem a
mínima intenção de adotar melhor distribuição dos benefícios do
desenvolvimento.
Sabem o que pensam do Bolsa família e de outros programas
sociais?
Veja quanta ironia.
Afinal, quem tem a mesa farta, por certo não irá
gostar de falar da necessidade de comida.
E o que devemos fazer com eles?
Nada.
Viver na democracia impõe que aprendamos a conviver com aqueles que pensam e
agem de modo diverso ao que consideramos apropriados.
Resta, por fim,
parabenizar aos que foram às ruas e pacificamente puderam manifestar o que
pensam e o que gostariam que se realize para um Brasil com qualidade de vida.
Saibam quem está verdadeiramente ao lado dos movimentos e das classes
populares.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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