Sonho que as crianças, do mundo todo, possam dormir quentinhas, com suas barriguinhas cheias, longe de toda e qualquer agressão física, sexual, moral ou intelectual e que todas possam usufruir das alegrias de uma infância linda e protegida. Sonho que tenham um futuro maravilhoso. Não só as crianças de hoje, mas também seus filhos, os filhos de seus filhos e também os filhos destes. Sonho com um planeta protegido, com medidas que eliminem a cobiça que destrói nosso porvir!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Pais e professores devem ficar atentos com enxaqueca infantil


Rosângela Cadidé

Rosângela Cadidé As dores de cabeça e enxaquecas estão entre as reclamações infantis mais comuns e, mesmo assim, o problema não tem recebido a devida atenção por parte de alguns pais, pois veem as enxaquecas como um problema exclusivo da idade adulta; e, como muitas crianças reclamam de dores de cabeça durante o ano escolar, os pais muitas vezes acham que elas estão apenas exagerando nos sintomas para não ir à escola. Vale ressaltar que as queixas não devem ser ignoradas, pois pesquisas revelam que cerca de 50% das crianças em idade escolar das séries iniciais do ensino fundamental I, já sofreram ou sofrem de enxaquecas (dores de cabeça repetidas acompanhadas por outros sintomas).

Durante a enxaqueca, diversas mudanças ocorrem no cérebro, causando dilatação de vasos sanguíneos, dor aguda, maior sensibilidade a luz, sons e cheiros, náuseas e vômitos entre outros... Normalmente, a enxaqueca infantil é classificada como Sinusite por alguns pediatras.

Para complicar ainda mais, algumas vezes, as enxaquecas pediátricas não envolvem dores de cabeça. Em vez disso, a criança pode sentir dores abdominais, náuseas ou vertigens. Frequentemente, os pais passam “maus bocados” ao tentar distinguir se as dores de cabeça são reais ou se fazem parte do imaginário da criança. Esse dilema, eu como professora pude constatar neste semestre, em que um dos meus alunos do 3º ano do ensino fundamental I de repente começou a reclamar com frequência, dizendo que estava com uma dor forte do lado direito da cabeça. Outra hora reclamava que o estômago estava ruim com vontade de vomitar ou tonto.

Achei estranho e comuniquei à mãe que o levou ao pediatra. Fez diversos exames e nada aparecia nos resultados. A criança continuava reclamando das fortes dores de cabeça. Mesmo assim, como é um aluno participativo, fazia as atividades de sala de aula. Mas, como o pediatra não deu nenhum diagnóstico preciso, a primeira reação da mãe foi a de pensar que ele estava inventando para não ir para escola e até comentou este fato comigo.

Discordei da mãe, informando que normalmente quando os outros alunos diziam sentir dores de cabeça como pretexto para não estudar não produzia nada em sala de aula, mas ao chegar o horário das atividades recreativas as dores rapidamente desapareciam. Já com ele, era diferente, pois ao vir para escola não mudou sua rotina em sala de aula, fazia todas as atividades apesar de ver que ele não estava bem. Mesmo assim insistia em querer fazer tudo. No entanto, no horário do recreio onde sempre adorava jogar bola, ficava quieto e isolado de todos os colegas. Pedi à mãe que analisasse a situação com cuidado e procurasse um neurologista, pois pensava que poderia ser enxaqueca, porém, a mãe dizia que isso era coisa de adulto e tinha feito vários exames e não tinham dado nada.

Finalmente, a mãe, vendo que a cada dia a situação piorava, procurou um neurologista (especializado em adulto), pois não temos especialistas em enxaquecas infantis. Mesmo assim, com o tratamento voltou a sua rotina diária com as dores de cabeça sob controle. Foram alguns meses de sofrimento (que mudaram drasticamente a vida da criança), de muitas preocupações por parte da família e inclusive minha (por ser sua professora), pois não é fácil ver uma criança sofrendo e não poder fazer nada. Assim, é necessário tanto os pais quanto nós professores, que estamos presentes em boa parte da rotina diária da criança, observarmos com mais atenção, principalmente se há reclamações de dor de cabeça com muita frequência.

Atenção pais! Os pequenos podem, sim, sofrer desse mal. Portanto, por ter passado por essa experiência, recomendo em primeiro lugar acreditar nas reclamações da criança e logo em seguida procurar ajuda médica para não ver agravada a situação.

Rosângela Fernandes Cadidé é professora há 10 anos das redes pública e particular, formada em Letras com Especialização em Recreação e Lazer pela Universidade Federação de MT, coordena o Centro de Estudos às Forças Armadas (CEAM) e escreve neste blog às sextas -

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