Nessa conversa mole que se espalha de que tudo o que
é privatizado melhora, recordo que o transporte de passageiros, desde muito
tempo, vem sendo operado pela iniciativa privada através do sistema de
concessões.
Considero até inadequado a utilização da expressão transporte
público, uma vez que de público, no sentido do bem comum, não existe nada.
Quando se trata de operação, sem qualquer dúvida, esses setores com apetite,
glutões, são extremamente habilidosos em tangenciar que não é apenas a tarifa
que é cara, apesar da desoneração fiscal promovida pelo governo Dilma,
sobretudo que faltam linhas, ônibus, ou quando existem, estão superlotados.
Imagine você, se a saúde for transferida para a iniciativa privada como querem
através das OSSs?
Acredita que esses pseudo-empresários
que são verdadeiros donos das “Organizações Sociais” não haveriam de buscar
“eliminar” despesas para que a rentabilidade do negócio fosse melhor? O modelo
é sempre de uma empresa privada é mostrado como exemplar.
O sistema que diz que
tudo é mantido pelas indústrias com escolas maravilhosas, cursos, capacitação,
qualidade de vida sem qualquer participação do Estado.
Esquecem de apresentar a
verdadeira conta. Existe dinheiro público nesse negócio.
Observe o quanto é
deduzido, quanto é captado em incentivos fiscais, portanto, todos nós, de
alguma forma estamos pagando essa conta.
E, não se trata apenas de boa-vontade do setor, mas um investimento na
qualificação da sua mão-de-obra para que lucrem mais.
Dizem que as escolas
privadas são melhores, mas, é incompreensível por, apesar de todas as críticas
que a elite brasileira formada na escola privada procure exatamente as
universidades públicas. Estranho, né?
E
dizem barbaridades das Universidades Públicas.
Para o bem da maioria, os governos Lula e Dilma instituíram o PROUNI que
procura contrabalancear, equilibrar mesmo, o acesso aos cursos superiores,
mediante um sistema de permite ao filho ou filha de trabalhador ingressar na
faculdade.
Imagine você, se essa onda de que tudo o que é privado é bom
conseguisse – esse é seu objetivo – desmontar o Estado e transformar tudo em
privado?
Na verdade quem ia ficar privado é o menos aquinhoado de bens e
capitais.
Antes de qualquer coisa o setor privado quer se livrar da
responsabilidade de contribuir socialmente para que, pelo menos, uma parcela
daquilo que lucram seja transformado em bem ou serviço público. Encolher o
Estado significa isso: menor responsabilidade e maior campo para o
“desenvolvimento” de um patrimônio de poucos.
Temos muitas imperfeições, é verdade, as quais precisam ser saneadas.
Contudo, quem acredita que aumentando o lucro ou campo de atividade do patrão,
este, bondosamente venha dividir os benefícios com todos os seus
“colaboradores”?
Lembro-me, daquela
história de que “vamos fazer crescer o bolo, para, depois, dar a todos uma
fatia maior”.
O bolo cresceu e teve
gente que viu os cabelos ou perderem-se ou tornarem brancos, sem que recebessem
a tão almejada fatia do bolo.
Somos um
Estado com muitas contradições, a igualitarização de direitos defendida pelo
Partido dos Trabalhadores é a forma mais racional e humana de superar demandas
historicamente reprimidas.
Não devemos
esquecer que existem dois lados: o daqueles que objetivam com a atividade obter
lucros e aumentar seu capital e aqueles que com seu trabalho e esforço buscam
melhorar a condição de vida. Privatizar pode significar também, privar.
Hilda Suzana Veiga Settineri
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