Presidente do partido, Ságuas Moraes, aliado de Carlos Abicalil, afirma que partido pode abrir processo, mas diz que denúncia é “requentada”
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Da Reportagem
Presidente do PT em Mato Grosso, o deputado federal Ságuas Moraes afirmou ontem que o partido pode abrir, sim, um processo interno contra o ex-deputado Carlos Abicalil por infidelidade partidária. Ele é apontado em reportagem na revista Veja como um dos articuladores de um esquema que visava “manchar” a imagem da ex-senadora Serys Slhessarenko em 2006, durante sua campanha ao governo do Estado.
No entanto, como presidente do partido, Ságuas considera que é muito difícil o caso resultar em alguma punição, já que a denúncia é feita por um militante do PT de forma verbal, sem prova alguma.
Para que um processo contra Abicalil seja aberto, é preciso que haja um pedido. O deputado explicou que a direção não o fará por conta própria, conforme previsão do regimento. Serys e militantes partidários do grupo dela já informaram que querem providências, não só criminais, mas também partidárias, contra o petista.
Serys e outros petistas acabaram de responder a processo partidário por infidelidade na eleição de 2010, por supostamente ter manifestado apoio a candidato ao Senado que não do PT, que lançou Carlos Abicalil. Serys foi expulsa do partido, mas conseguiu reverter a decisão na direção nacional e acabou suspensa por quatro meses.
A reportagem de Veja trouxe novos personagens ao caso “dossiê dos aloprados”, esquema que consistia na divulgação de documentos encomendados por petistas durante a campanha de 2006 para ligar o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra, a fraudes no Ministério da Saúde. O petista Expedito Veloso revela agora que Abicalil e o senador Blairo Maggi (PR), na época governador, como partes de esquema semelhante, ou seja, de manchar a imagem de adversários. Os proprietários da empresa Planam, Darci e Luiz Antônio Vedoin, envolveram Serys e o então senador Antero Paes de Barros (PSDB) como integrantes do esquema dos sanguessugas. Os dois concorriam ao governo contra Maggi, que ia à reeleição.
Ságuas considera que a matéria de Veja é “requentada”, pois traz um caso de 2006. Além disso, ele não vê lógica no caso, pois Serys foi aclamada candidata do partido e Abicalil a apoiava. “Naquela época não existia esse desentendimento todo entre eles. E Blairo partia para uma reeleição fácil”, lembrou o deputado, que faz parte do grupo de Abicalil.
Além disso, Ságuas ressalta que não há provas sobre essas acusações. “Não há prova de nada, o que tem é uma pessoa falando de uma armação. Ele pode realmente ter falado, mas não tem prova de nada disso”, defendeu o deputado.
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