que todos os fatos e personagens
na história universal ocorrem,
por assim dizer, duas vezes.
E esqueceu-se de acrescentar:
a primeira como tragédia,
a segunda como farsa.
”(MARX, 1987:15)
Mais uma bombástica reporcagem daquela recista semanal e suas repercussões:
O que Serys sempre falou ganha agora confirmação de "aloprado" na revista Veja. Envolvimento do nome da professora no escândalo dos sanguessugas teria sido "fogo amigo"
urdido pela turma do Abicalil
19/06/2011 - 18:52:00A revista Veja há muito tempo deixou de ser referência para ficar sob suspeição, desde que Luis Nassif publicou seu famoso Dossiê Veja. Mas a Veja, esta semana, volta seus olhos para Mato Grosso. E Veja fala do PT, que também perdeu muito de sua credibilidade ao longo dos anos, o que talvez seja motivo só para o nosso tédio.
"Aloprado" revela trama sórdida contra Serys e envolve Carlos Abicalil e Maggi
Ex-governador teria pago R$ 2 milhões para incluir senadora em escândalo
Edilson Almeida
Redação 24 Horas News
A sujeira da política começa a sair debaixo do tapete. O “aloprado” Expedido Veloso, funcionário de carreira do Banco do Brasil em Brasília, revelou que a ex-senadora Serys Slhessarenko, do Partido dos Trabalhadores, foi alvo de uma trama sórdida ocorrida em 2006 quando ela disputou, contra a vontade de muitos membros do seu partido, a eleição para governador de Mato Grosso. O nome da senadora foi incluído na “Máfia dos Sanguessugas” a troco de R$ 2
milhões supostamente pagos pelo então governador e candidato a reeleição, Blairo Maggi, do Partido da República, hoje senador.
Agora mais! O negócio teria sido intermediado por Carlos Abicalil, um dos principais inimigos da senadora dentro e fora do partido. Atual secretário do Ministério da Educação, Abicalil teria
negociado com Maggi a fabricação do dossiê que teve também incluído o ex-senador Antero de Barros, do PSDB, candidato ao Governo contra Maggi. “O Abicalil já tinha negociado com Blairo Maggi para f. a Serys e o Antero Barros” – disse, segundo publicou a revista Veja neste domingo.
O dinheiro foi pago, de acordo com o “aloprado”, para a família Vedoin, cujo pai, Darci, e filho, Luiz Antônio, são acusados de comandar um esquema de liberação de verbas do Ministério da
Saúde para aquisição de ambulâncias superfaturadas. “Pagaram 2 milhões aos Vedoin para
incluir os dois indevidamente na lista dos sanguessugas” – contou. “Saiu uma reportagem antes da eleição que arrebentou com os dois”.
Veloso contou a história sobre o que aconteceu em Mato Grosso ao romper um “pacto de silêncio” sobre o rumoroso escândalo do “Dossiê dos Aloprados”, em que às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial daquele ano, a Polícia Federal prendeu em um hotel de São Paulo
petistas carregando uma mala com R$ 1,7 milhão. O dinheiro estava com Valdebran Padilha, chamado de tesoureiro informal do PT no Estado. O dinheiro seria usado para a compra de documentos falsos que ligariam o tucano José Serra, candidato ao Governo de São Paulo, ao
esquema de fraude montado pelos Vedoin no Ministério da Saúde.
Atual secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Expedito integrou o núcleo central da campanha à reeleição de Lula em 2006 e teria sido um dos encarregados de intermediar a montagem do dossiê com os empresários de Mato Grosso. Veloso admitiu à Polícia Federal participação no caso, mas também disse desconhecer detalhes da operação.
O que se passou em Mato Grosso, de acordo com Expedito Veloso, foi uma espécie de “laboratório” para o esquema maior envolvendo Serra. “A bruxaria não poupou os próprios petistas” – diz a revista. “O pessoal pensa assim: agora é só sair outra igual que arrebenta com o Serra” – disse Expedito Veloso.
As confissões de Veloso chegam no momento em que o PT tenta reduzir o processo de dizimação que vem enfrentando, mas ajuda a entender o que se passou nesses últimos quatro anos. O
partido está em cinzas. No ano passado, por conta do projeto da candidatura ao Senado do então deputado federal Carlos Abicalil, a sigla se esfacelou. Reduzida, elegeu um deputado estadual e um deputado federal. Na semana passada, perdeu o deputado federal pela retotalização
de votos determinada pela Justiça Eleitoral.
Em 2006, o PT de Mato Grosso já mostrava sinais evidentes de que caminhava para um “racha”. Senadora eleita em 2004, Serys decidiu seguir com o projeto de candidatura própria, levando-se em consideração a reeleição do presidente Lula. Dentro do PT, o grupo liderado por Carlos
Abicalil, Alexandre César e Saguas Moraes – que se consagra atualmente por serem chamados de “trinca do PT” – eram contra e negociavam um entendimento político de aliança com o próprio Maggi. Com maioria, Serys “bancou” a disputa e acabou caindo em desgraça.
“Naquela campanha aconteceu de tudo. Depois do envolvimento do meu nome no caso – coisa que nunca aconteceu – o Comitê ficou às moscas. Só tínhamos apoio do nosso grupo. Cada um foi fazer sua campanha” – lembra Serys, que, em meio as discussões sobre infidelidade partidária, recordou que os próprios petistas foram infiéis ao projeto vencedor da candidatura própria.
Após a eleição, o PT não demorou a sucumbir ao chamado “canto da sereia”. Antes do segundo turno, Maggi e PT já eram aliados por conta da posição do então governador reeleito favorável a reeleição de Lula. Mesmo sem o controle do partido, o grupo de Carlos Abicalil foi abençoado com a Secretaria de Educação. Dali, com mais de 150 cargos nas mãos, se estruturou e hoje controla o PT. Serys confirmou que Veloso lhe contou a história do que se passou em 2006 e com a
participação de membro proeminentes do PT. “Ele disse que meu envolvimento com aqueles bandidos foi tudo uma armação criminosa contra mim, patrocinada pelos colegas do partido”.
Maggi e Abicalil negam investida contra Serys e Antero
O senador Blairo Maggi, do Partido da República, foi lacônico ao comentar as revelações do “alorado” Expedito Veloso à revista “Veja” sobre seu envolvimento no negócio visando en
volver em 2006 os seus adversários ao Governo na “Máfia dos Sanguessugas”. Via assessoria, disse: “Essa prática de divulgar dossiês nunca pertenceu ao meu estilo de trabalho” – disse, segundo a publicação. Já Carlos Abicalil foi incisivo: “Nem sei que dossiê é esse” – frisou.
Defensor da recente proposta de expulsão da ex-senadora Serys Slhessarenko do PT, Abicalil foi mais longe ao pontuar sua defesa: “Nunca elaborei dossiê e nunca participei desse tipo de trama, nem hoje e nem no passado”.
CLIQUE NO LINK ABAIXO E CONFIRA O CONCEITO E A CREDIBILIDADE DA REVISTA VEJA: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=330
Repercussões:
Desmontando o factóide: Confira as incoerências da matéria da Veja
A Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado divulgou nota em seu site na internet, em que desmonta as informações contidas na matéria publicada pela revista Veja deste final de semana, que tenta associar o ex-senador, hoje ministro, Aloizio Mercadante, ao episódio de suposta elaboração de dossiê nas eleições de 2006.Leia abaixo a íntegra da nota:
Desmontando o factóide: Confira as incoerências da matéria da Veja
Em relação à matéria "Confissão de um aloprado", publicada na última edição da revista Veja, é relevante mencionar que:
1. A matéria requenta o assunto do episódio "aloprados" sobre o possível envolvimento do Ministro Aloizio Mercadante, não trazendo qualquer fato novo.
2. Esse episódio foi amplamente investigado pelo Congresso Nacional por meio da CPMI das
Sanguessugas. Os documentos e os exaustivos depoimentos colhidos pela CPMI não fazem qualquer menção ao nome do Ministro Mercadante.
3. Em 2006, durante o segundo turno das eleições, a oposição entrou com uma representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral sem qualquer menção ao então Senador Mercadante.
4. A Procuradoria-Geral da República abriu uma ampla investigação e, depois de meses de
trabalho, o rigoroso ex-Procurador Geral da Republica, Antonio Fernando de Souza, emitiu parecer afirmando que não havia um único indício do envolvimento do ministro Mercadante. O parecer foi aprovado por unanimidade pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, anulando a acusação e determinando o arquivamento do inquérito em relação ao Ministro, atestando a total inocência do Ministro Aloizio Mercadante.
5. A matéria da revista Veja cogita de suposta participação do ex-Governador Orestes Quércia
no episódio do dossiê. Essa hipótese foi levantada a época e descartada por todos órgãos de investigação. Estranhamente essa tese e retomada cinco anos depois, quando Quércia já havia falecido e, portanto, não tem condições de se manifestar. Importante lembrar que o ministro Mercadante e o ex-governador sempre foram adversários políticos, inclusive nas eleições de 2006, 2008 e 2010. Na ultima eleição, Orestes Quércia, já bastante doente, retirou sua candidatura ao Senado e apoiou formalmente o candidato do PSDB ao Senado por SP e as
candidaturas tucanas aos governos de São Paulo e do Brasil.
6. Na matéria, a revista pergunta textualmente a suposta fonte Expedito Veloso - "o senhor disse que o Quércia e o PT de São Paulo arrecadaram o dinheiro". Veloso nega esta afirmação quando diz - "não participei desse assunto de dinheiro. Isso tem que ficar claro."
7. A matéria foi bastante editorializada, ao tentar sustentar uma suposta aliança política entre
Quércia e PT-Mercadante, sem qualquer base fática. Alem disso, acusa o senador Blairo Maggi, também sem qualquer elemento probatório.
Clique aqui para ver a parecer do Ministério Público Federal (MPF), que pediu o arquivamento e a anulação do processo envolvendo o Ministro Mercadante
Clique aqui para ver a decisão em que o Supremo Tribunal Federa (STF) acata solicitação do
ex-procurador Luiz Fernando de Souza de arquivar o caso
Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado
Do PNB Online:
A ex-senadora Serys Slhessarenko (PT) cobrou explicações do senador Blairo Maggi (PR) e do ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT) sobre as acusações de que eles teriam pago R$ 2 milhões para que Serys e o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) fossem envolvidos no esquema conhecido como “Máfia dos Sanguessugas”, que consistia na compra de ambulâncias superfaturadas. A estratégia visava garantir a
vitória tranquila de Maggi como governador nas eleições de 2006. Seus concorrentes ao governo do estado eram exatamente Serys e Antero.
“Os que estão sendo acusados devem explicações à sociedade, a política, aos matogrossenses. Tem que dizer se tem ou não a ver com isso. Já paguei preço alto pelo que não fiz
. Se armaram isso, precisam se explicar. Que armaram, armaram, só não sei quem armou”.
A denúncia de que Maggi, Abicalil e também o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante estariam envolvidos na compra de um dossiê falso, caso que ficou conhecido como escândalo dos Aloprados, foi apresentada pela revista Veja na edição desta semana.
A ex-senadora confirmou em entrevista ao site PnB Online que o bancário Expedito Velloso, pessoa que denunciou a participação de Maggi, Abicalil e Mercadante no esquema, já havia procurado por ela e contado toda a história. De acordo com Serys, os fatos foram revelados a ela um ano depois da eleição de 2006.
“Um ano depois o Expedito Velloso, ligou, pediu pra ir à minha casa e me contou o que havia acontecido, mas não me mostrou gravação nenhuma. Ele disse que existia uma gravação, mas como não me mostrou nenhuma prova, eu não podia tratar do assunto. Ele me contou algumas partes, algumas coisas, não citava nomes, só disse que foi armação e que estava chocado com o que fizeram”.
Serys afirmou que sentiu grande alívio com o espaço cedido pela revista Veja para que a verdade fosse exposta. “Sinto-me aliviada. Eu sabia que era armação porque você sabe o que faz ou não na vida. Essa questão eu desconhecia, não existia pra mim, então alguém armou. Quando vejo uma notícia dessa eu fico chocada. Estou chocada. Não sabia que podia ser desse tamanho. Agora também precisa esperar que se expliquem. É a primeira coisa que estou esperando é uma resposta deles. É uma coisa muito grave, precisa ser esclarecida”.
A ex-senadora disse que ainda está estudando o caso para saber se vai acionar ou não os acusados na Justiça. Serys argumenta que foi muito prejudicada por conta do episódio e a maior prova disso foi ela ter perdido às eleições em 2006.
“Nunca é tarde para a verdade vir à tona. Se em 2006 fizeram uma coisa armada contra mim, eu tenho certeza e convicção de que eu não tinha absolutamente nada a ver com essa história. Tanto é que o Ministério Público Federal nunca fez nenhuma denúncia contra mim, então que foi uma coisa armada foi. Agora fico curiosa e espero que isso seja passado a limpo. Se existe culpado se não existe, não sei. Agora compete aos órgãos responsáveis apurar o caso”.
Tanto Blairo Maggi como Carlos Abicalil foram procurados pelo reportagem, mas não atenderam aos telefonemas para falar sobre o caso. (Com informações de Renata Neves)
Reinaldo Azevedo
O governo já armou uma operação na Câmara para tentar blindar o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), acusado por Expedito Veloso, um dos aloprados graduados naquela tramóia de 2006, de ser um dos mandantes da lambança. Mais do que isso: ele integraria o grupo encarregado de arrumar o dinheiro para pagar os bandidos encarregados de fazer o dossiê co
ntra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra. Quatro anos depois, como vimos, outros aloprados tentaram fazer outro dossiê contra o tucano. Petistas são viciados em ilegalidades; é o ar que respiram; é o que lhes confere identidade. Mas sempre o fazem em benefício do país, claro, claro…
A VEJA teve acesso a uma gravação em que Veloso conta tudo a seus colegas de partido, numa reunião “informal”. Em entrevista à revista, ele confirmou o conteúdo e disse que estava cumprindo uma “missão política”. A reportagem, de seis páginas, está na edição desta semana. Um dos comandantes de tão nobre missão — ATRIBUIR AO ADVERSÁRIO UM CRIME QUE ELE NÃO COMETEU PARA TENTAR VIRAR O RESULTADO DE UMA ELEIÇÃO —, diz Veloso, era… Mercadante!
O agora ministro já emitiu nota, já falou a respeito e usa em seu favor a anulação do seu indiciamento pelo Supremo Tribunal Federal. Curioso que sou, decidi ler o acórdão do Supremo que trata do caso. O indiciamento foi anulado por violação de prerrogativa de foro. Senador que era, só poderia ser processado pelo tribunal.
GUERRILHEIROS VIRTU@IS, na espera de rápido esclarecimento de mais este factóide - estilo CM - lembram de recente postagem de Emir Sader em seu Blog no Cara Maior:
Em "10/06/2011"
Lições da crise
1. Bombas de tempo podem tardar a explodir, mas terminam explodindo.
2. Devem ser examinados exaustivamente os antecedentes de todos os que vão ocupar cargos públicos.
3. Uma vez estourada uma crise como essa, melhor desativá-la rapidamente. Deixar sangrar provoca danos muito maiores.
4. O zelo pela questão da ética publica, além de ser um fim em si mesmo, afeta diretamente os setores mais dinâmicos de apoio ao governo: militância de esquerda, movimentos sociais, juventude, artistas, intelectuais, formadores de opinião publica em geral. Deve-se cuidá-los como a menina dos olhos.
5. Quando mudar, tratar sempre de inovar na escolha de quadros. A politica brasileira precisa disso.
6. Acompanhar as mudanças com discurso que explica o significado delas.
7. A consciência das intenções de quem faz acusações pode ser clara, sem que elas deixem de ser verdadeiras.
8. A recuperação do prestígio da prática politica requer um cuidado estrito com a ética pública.
9. Não precipitar declarações incondicionais de apoio a pessoas que recebem acusações, antes do apuro rigoroso delas.
10. Os partidos devem ter suas próprias posições, mais além do apoio firme ao governo. Devem expressar os sentimentos e as posições da militância do partido, dos movimentos sociais e do campo popular.
11. Apoio do PMDB é sempre abraço de urso.
12. A mídia privada continua com grande poder de definir a agenda nacional e derrubar ministros.
13. Fazer política, exercer o poder não é atividade técnica, nem de repartição de cargos, mas uma combinação de persuasão e força, isto é, construção de hegemonia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário