O cheiro da terra molhada, a brisa mais fresca, o alívio do calor impregnado na pele. O cearense mira o céu e o corpo é tomado por uma sensação de alegria, como se gostasse de ver o cinza tomando o lugar do azul. “Somos tão curiosos que achamos ‘bonito’ o templo nublado, que outros consideram carregado e ameaçador”, escreveu o jornalista Gilmar de Carvalho.
Com o período de estiagem prolongado, a ansiedade pelo clima invernoso se torna ainda mais latente. “Temos 70% de sol durante o ano e uma média de 20 a 30% de chuva. É importante dizer que há 50 anos não chove em janeiro como aconteceu este ano. E a estação chuvosa nem começou ainda”, atenta o memorialista Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior.
Mas o inverno veio desmedido. Catástrofes, alagamentos, soterramentos viraram centro da noticiabilidade nacional. As cidades se tornam pequenas demais, impotentes demais diante da grandeza do fenômeno climático. E assim, nos tomamos pelo questionamento: ainda achamos o céu bonito pra chover?
A sociedade cearense se constituiu sobre o debate da escassez de água. “Junto às autoridades locais, a questão da seca sempre foi vista como extremamente problemática, principalmente quando Fortaleza consolidou-se como principal cidade do Ceará, tanto do ponto de vista econômico como político”, atenta o sociólogo Vinicius Limaverde.
Mas é a partir do início dos anos 1990, mais precisamente em 1993, que a relação do fortalezense com água parece tomar outros rumos. Fortaleza acabou por se tornar “a capital da pujança aquática”. O pensamento é do pesquisador Renzo Taddei, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tomado por um período de estiagem que ficou na memória coletiva, o Estado hoje comemora reservatórios e mais reservatórios de água à disposição, como frisou Taddei na entrevista que consta neste caderno.
De repente, o mundo é tomado por um alerta. Um termômetro avisa que o globo está prestes a entrar em ebulição. E o termo aquecimento global entra na pauta das mesas dos executivos, mas a preocupação gira em torno do crescimento econômico. A cultura do clima se reflete na sociedade e na maneira como ela percebe a natureza. Escrito por Elisa Parente - elisa@opovo.com.br
Com o período de estiagem prolongado, a ansiedade pelo clima invernoso se torna ainda mais latente. “Temos 70% de sol durante o ano e uma média de 20 a 30% de chuva. É importante dizer que há 50 anos não chove em janeiro como aconteceu este ano. E a estação chuvosa nem começou ainda”, atenta o memorialista Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior.
Mas o inverno veio desmedido. Catástrofes, alagamentos, soterramentos viraram centro da noticiabilidade nacional. As cidades se tornam pequenas demais, impotentes demais diante da grandeza do fenômeno climático. E assim, nos tomamos pelo questionamento: ainda achamos o céu bonito pra chover?
A sociedade cearense se constituiu sobre o debate da escassez de água. “Junto às autoridades locais, a questão da seca sempre foi vista como extremamente problemática, principalmente quando Fortaleza consolidou-se como principal cidade do Ceará, tanto do ponto de vista econômico como político”, atenta o sociólogo Vinicius Limaverde.
Mas é a partir do início dos anos 1990, mais precisamente em 1993, que a relação do fortalezense com água parece tomar outros rumos. Fortaleza acabou por se tornar “a capital da pujança aquática”. O pensamento é do pesquisador Renzo Taddei, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tomado por um período de estiagem que ficou na memória coletiva, o Estado hoje comemora reservatórios e mais reservatórios de água à disposição, como frisou Taddei na entrevista que consta neste caderno.
De repente, o mundo é tomado por um alerta. Um termômetro avisa que o globo está prestes a entrar em ebulição. E o termo aquecimento global entra na pauta das mesas dos executivos, mas a preocupação gira em torno do crescimento econômico. A cultura do clima se reflete na sociedade e na maneira como ela percebe a natureza. Escrito por Elisa Parente - elisa@opovo.com.br
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