Íris Tavares - Historiadora. Membro do Diretório Estadual do PT-CE. Presidente do IMPARH. E-mail: iristavaresce@yahoo.com.br
A realização do IV Congresso Nacional do PT desdobra-se dentro de uma conjuntura política bastante favorável. O Partido dos Trabalhadores detém uma história que vem se atualizando ao longo desta última década. Um partido jovem cuja fundação remonta aos anos 80. O que são trinta anos diante de séculos de uma cultura política de dominação que forjou a republica brasileira? É grande o desafio, porém o PT é o partido das massas rebeldes vestidas de uma resistência que impressiona. Não há quem não seja impactado pela crise da civilização, governos, sociedades, países, a humanidade, o planeta. No rastro de um sistema econômico globalizante, o imperativo é que não haja parada, nem atropelos, nada que possa ameaçar a ordem e o alinhamento do mercado mundial. A lógica de sustentação do imperialismo econômico não considera impacto aquele gerado por iniciativas das grandes empresas que alimentam e expandem os interesses do sistema capitalista. Por isso matar gente, assassinar comunidades inteiras, tirando-as do seu hábitat natural, traficar mulheres, financiar e administrar redes de prostituição de jovens, mulheres e homens, comercializar e traficar armas, incentivar a rivalidade e o ódio entre os povos de países diferentes passa a ser, na leitura da naturalidade e conformidade das coisas, uma tendência dos tempos. Um grande cientista e filósofo já dizia: “Nada é natural”. E ouso tentar dialogar com um pensamento que coloca e admite o rolo compressor e a perversão nesses caminhos franqueados por onde se desenham as tendências que movimentam os mercados.
Muitas de nós petistas e militantes do Partido dos Trabalhadores podemos dar um testemunho de que buscar a política, compreender seu sentido e fazer desse conhecimento uma prática constante, com a riqueza dialética que torna inteligente a visão de mundo, de lugar e de sentido das vidas individual e coletiva, para qualquer um de nós, é um processo de amadurecimento político e de compromisso com a conquista de uma sociedade com justiça social. Por isso superamos também a crise que se abateu em nosso partido em meados da década de 2010. Depois de uma dura lição que caiu sobre nossos ombros e o nosso coração revolucionário, nada poderia ser tão marcante. Pedir desculpas para a sociedade não foi suficiente, e o pedido de perdão de alguns àquelas que fizeram do partido sua casa, sua ideologia, seu lugar seguro foi fundamental.
Os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consolidaram uma marca de inclusão social no Brasil, ganhando referência internacional. Hoje a sua sucessora, a Presidente Dilma Rousself, dignifica a luta e a presença das mulheres no poder, quebrando a espinha dorsal de uma cultura machista e de muita violência contra as mulheres. Assim como é hoje a presença marcante da Prefeita de Fortaleza, a professora Luizianne de Oliveira Lins, obstinada no seu primeiro e no seu segundo mandato, apostando na inversão de prioridades e no governo da participação popular. E tantas(os) outras(os) companheiras(os) petistas que têm dedicado parte de suas vidas nesse labutar de sonhos e realidades que se entrelaçam.
Foi assim que, no III Congresso Nacional do PT, delegadas e delegados defenderam a tese de que o PT é sim um partido de massa, assim como o PT é socialista, anticapitalista e representa a classe trabalhadora. Um partido classista que sabe da sua missão e da sua opção pelas lutas sociais. O PT do socialismo, do feminismo, do ecossocialismo, da ética, do combate à corrupção, do combate à desigualdade, da luta em defesa dos direitos humanos, em defesa da reforma agrária, no combate ao racismo, à intolerância, em defesa da criança e do adolescente, dos idosos. O partido do respeito às diferenças. Esse é o debate vivo e bem aceso dentro do PT, que agora, com as resoluções do IV congresso, só nos impulsiona a avançar cada vez mais.
Eis algumas decisões aprovadas no congresso, como os 20% das vagas para menores de 30 anos em todas as instâncias do partido, a paridade de gênero, 50% em todas as instâncias do partido, o código de ética do partido, ganha espaço e será encarte do estatuto, a escola nacional de formação, a qual passa a ser órgão do PT; que para disputar as eleições, o PT tem que ter vida política de diretório, serão apenas três mandatos consecutivos para os petistas que detêm mandato no legislativo.

Maria ÍRIS TAVARES Farias(foto acima)
Historiadora. Membro do Diretório Estadual do PT-CE. Presidente do IMPARH.
Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Humanos de Fortaleza-IMPARH.
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