Por Renata Neves
O prefeito Chico Galindo (PTB) articula uma grande manobra para aprovar novamente na Câmara Municipal de Cuiabá a lei que permite conceder à iniciativa privada os serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto. Ele já admite pedir intervenção do governador Silval Barbosa (PMDB) para convencer aliados. Ele pode inclusive exonerar na segunda-feira (01) os vereadores-secretários Paulo Borges (Infraestrutura) e Edivá Alves (Trânsito) para garantir mais 2 votos a favor da proposta que está suspensa por decisão judicial.A articulação foi discutida no final da manhã de ontem durante reunião secreta realizada na Câmara. Na ocasião, Galindo cobrou apoio dos vereadores aliados e pediu que cada um se manifestasse diante da possibilidade de enviar novo projeto de lei que permite a concessão dos serviços que são realizados pela Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).
Conforme A Gazeta apurou, Galindo avalia enviar o projeto antes mesmo da sessão plenária da Câmara a ser realizada na terça-feira (02), quando acaba o recesso parlamentar. Nesse caso, cogita exonerar Paulo Borges e Edivá na segunda para garantir apoio, porque os suplentes do PSDB que ocupam as vagas (Roosivelt Coelho e Tiago Nunes) não são votos garantidos numa eventual votação.
Edivá admitiu ontem que deve retornar à cadeira de vereador e por tempo indeterminado. O mesmo deve ocorrer com Paulo Borges. Ambos discutem o assunto com o prefeito na segunda, durante uma reunião de secretários.
Galindo admitiu aos vereadores que ainda não definiu se envia novo projeto ou aguarda decisão judicial, já que a Câmara de Vereadores recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ/MT) na tentativa de validar a lei suspensa pelo juiz Cézar Bassan. A dúvida dele aumentou ainda mais porque Toninho de Souza (PDT), um dos 13 que votaram a favor da proposta na polêmica aprovação do dia 12, prometeu se manifestar contra a concessão.A preocupação dos governistas ficou evidente quando o vice-presidente Arnaldo Penha (PMDB), que não havia votado, prometeu seguir orientação da legenda. Os peemedebistas já aprovaram orientação aos parlamentares para se posicionar contra a concessão. "Vou seguir o que o meu partido decidir. Vou respeitar a decisão da maioria", disse ontem.
Depois do pronunciamento de Penha, 7 vereadores cobraram uma atitude do prefeito. Eles alegam que só têm compromisso de votar a favor da proposta se a bancada votar unida. Foi então que Galindo prometeu pedir apoio de Silval para convencer o PMDB até segunda-feira, após viajar junto com o governador para o Rio de Janeiro.
Por ser uma lei complementar, a proposta precisa de 10 votos favoráveis entre 19 vereadores. Pelo menos 9 já se mostram contra a proposta: Toninho, Deucimar Silva (PP), Néviton Fagundes (PRTB), Domingos Sávio (PMDB), Lúdio Cabral (PT), Arnaldo Penha, além de Tiago e Roosivelt, que vão perder a vaga com o retorno de Paulo Borges e Edivá.
A lei que permite a concessão está suspensa por decisão judicial que atendeu recurso apresentado pelo vereador Lúdio Cabral. O petista alega que faltaram assinaturas dos parlamentares respaldando o regime de urgência adotado no dia 12 e atestando a legalidade do processo. (Téo Menezes / A Gazeta)
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