Sonho que as crianças, do mundo todo, possam dormir quentinhas, com suas barriguinhas cheias, longe de toda e qualquer agressão física, sexual, moral ou intelectual e que todas possam usufruir das alegrias de uma infância linda e protegida. Sonho que tenham um futuro maravilhoso. Não só as crianças de hoje, mas também seus filhos, os filhos de seus filhos e também os filhos destes. Sonho com um planeta protegido, com medidas que eliminem a cobiça que destrói nosso porvir!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ambientalistas com Dilma


Gilney Viana

A diversidade é a marca dos ambientalistas brasileiros. Diversidade em concepção ambiental; diversidade na perspectiva utópica e na opção política do presente. Se no primeiro turno das eleições presidenciais foram construídas varias expressões políticas, no segundo turno pela dualidade resultante e pela radicalização política e ideológica, não haverá espaço para expressão da variedade e tão pouco para a “independência” sem opção de voto, aparentemente defendida pelo PV. Ou é Dilma, como defendemos, ou Serra.

No ambientalismo brasileiro convivem pelo menos dois grandes ramos: conservacionistas, centrados na luta ecológica, na defesa dos ecossistemas e da biodiversidade; e socioambientalistas que pensam e fazem a luta ecológica articulada com a luta social. Considero ambos importantes e me alinho com o segundo grupo.

Na dimensão utópica existem também duas grandes correntes: os que acreditam e lutam por conquistas ecológicas ou mesmo por um desenvolvimento sustentável, nos limites do sistema capitalista. Outros, sem desconhecer a importância da luta por conquistas ambientais dentro do sistema capitalista (mesmo porque a defesa dos ecossistemas não pode esperar os tempos das transformações políticas e sociais), acreditam que só haverá uma relação harmônica entre humanos e a biodiversidade se for construída uma nova relação entre os humanos, não mediada pelo capital, só possível em um sistema socialista. Neste pólo estão os ecossocialistas, entre os quais me incluo.

Dentre as expressões político-eleitorais existentes no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010, os ambientalistas se dividiram no apoio a Dilma, Marina e em menor escala Serra e Plínio. Agora no segundo turno as possibilidades estão restritas a Dilma, Serra ou voto nulo. Respeito, mas não considero o voto nulo uma opção adequada para este momento histórico, como já expressaram Ivan Valente e algumas lideranças do PSOL declarando voto crítico a Dilma.

Lideranças importantes do socioambientalismo, ligadas à Articulação do Semi Árido Brasil (ASA), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rede de ONGs Mata Atlântica (RMA), Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (FBOMS), Via Campesina, CONTAG, MST e outros; bem como pensadores da “ecologia profunda” como Leonardo Boff; intelectuais e artistas simpáticos à causa ambiental como Gilberto Gil, que no primeiro turno se alinharam com Marina Silva, já se posicionaram a favor de Dilma.

Ambientalistas ligados ao PV, que vieram a público, estão divididos entre Dilma e Serra. Isto é inevitável. Por outro lado é compreensível a declaração de “independência” dada pela Senadora Marina Silva e pelo PV (como já fizera o PSOL) na busca de firmar suas respectivas identidades e seus projetos futuros. O que não é compreensível, neste curto espaço-tempo limitado do segundo turno, já polarizado, é a posição de “independência” sem declaração de voto.

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