Pipocam na imprensa e na verborragia estéril de políticos demagogos, a acusação de que os chamados “gatos” constituem o grande problema que levou a falência do sistema de abastecimento de água.

Vizinho a estes, se formaram tantos bairros a partir da resistência e luta pelo direito a moradia que governos federais, do Estado e do Município nas últimas décadas preferiram ignorar.
Como resistência e luta ao acesso ao líquido surgiram as ligações clandestinas de água, que bem poderiam invocar no Direito Penal a descriminalização do ato, tendo em vista o líquido precioso tratar-se de uma condição essencial para sobrevivência.
Todas essas situações durante as duas últimas décadas os prefeitos que se sucederam negaram a resolver.
Realidade ou não, apenas apontam a gestão incompetente e irresponsável dos prefeitos que permitiram que a situação se agravasse ano após ano.
A chegada dessa figura que entrou pela porta dos fundos no Palácio Alencastro, que faz lembrar ao folclórico personagem “Bento Carneiro – Vampiro brasileiro” não anda satisfeito em alimentar-se do patrimônio público, quer exterminar.
Vender tudo.

Aqui se encerra a semelhança, pois lacaio não existe apenas um, mas uma quantidade disposta a ignorar a vontade popular e ungir o “Bento Carneiro” como exterminador dos problemas de água de Cuiabá.
Mas, daí chamar de responsável pela situação caótica, essas ligações clandestinas domiciliares de bairros pobres me parecem uma desconsideração humana, impiedosa até.
Antes de se percorrer todos esses bairros distantes, há que se fazer uma aferição das residências que possuem piscinas e grandes estabelecimentos.
A colocação de hidrômetros novos e um controle eficiente será capaz de compensar em poucos meses o valor investido e permitir que instale nova leva e assim, gradativamente dotar toda a cidade, evitando que hajam os “gatos”.
Sobre água chegar a bairros mais distantes ou elevados, creio que já existem soluções de engenharia capazes de responder adequadamente.
Apenas, não vamos culpar o pobre trabalhador que se praticou algum ilícito, tiveram contra si antes, negados tantos direitos sociais que torna qualquer condenação imoral.

É preciso que juntemos força para exorcizar e mandá-lo de volta doar o “aquém do além”, metaforicamente.
Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA
Nenhum comentário:
Postar um comentário