VILSON NERY

Não podemos esquecer do que foi ‘pauta’ recente dos edis: alguns meses discutindo como cassar vereador por quebra de decoro, e depois outros meses gastos no debate sobre como reintegrá-lo (ao ‘nobre’ quadro).
Fiscalizar PAC, sistema de educação pública, pronto-socorro, Copa do Mundo ‘é para os fracos’. Os edis têm outras prioridades. Entre estas se inclui a entrega da Sanecap (de preferência, ‘de grátis’) à iniciativa privada.
Mas por quê?, indagariam os súditos.
Expliquemos (ou justifiquemos), pois.
A primeira causa justificante é a incompetência (inaptidão, incapacidade) de gerência de nossas gestões municipais. Sim, porque irão privatizar (o sistema) também em Várzea Grande, e perder recursos federais já previstos (conveniados) para aplicação em saneamento e tratamento de esgoto para a região metropolitana.
Então é assim: se o gestor não pode manter uma maternidade pública, faz contrato de gestão. O cidadão tem o seu ‘nascimento privatizado’. E se não pode ter uma gestão eficiente dos cemitérios (a maioria dos ‘campos santos’ de Cuiabá e Várzea Grande já são privados), vamos ‘privatizar a morte’.
Em Cuiabá, já há um sistema privado que organiza o recebimento de corpos, a emissão de certidões de óbito e inumação. Tudo ‘a preços módicos’. E tente escapar do sistema (máfia?), se puder!
Mas, então, vamos privatizar (ou extinguir) o cargo de prefeito e vice e dos vereadores. Por que existir gente ‘mamando’ nos ubres públicos, se não existe função? Ora, a Educação está sendo privatizada aos poucos (as ‘Bolsa Unic da vida’), a gestão da saúde (consome 15% do orçamento) já estão dando lucros aos empresários, que usam da estrutura construída com recursos públicos.
Ora, juntamente com a privatização da Sanecap, vamos votar pela extinção dos cargos (e salários) de prefeito e vereador!
A segunda justificativa para a venda da Sanecap é eleitoral.
Ano que vem tem eleição municipal e suas excelências necessitam de recursos para suas campanhas (reeleição). Sabe como é, com o preço do voto ‘nas alturas’, um milhão que vem (pra campanha) é ‘um milhão bem vindo’.
E, assim, os futuros donatários do sistema de água (com potencial de faturar 200 milhões/mês) podem abrir as burras e ‘influenciar no voto consciente’ dos edis, para aprovar a privatização, a toque de caixa, sem discutir com os súditos (usuários).
E o terceiro motivo?
Bom, a S/A (sociedade que já não é mais anônima) ‘interessada na privatização’ já tem os seus potenciais integrantes (ou grandes defensores) escalados para a difundir a idéia. E o ‘timão’ é grande. Tem Wilson Santos, Chico Galindo, Antero, Lino Rossi, Ricarte de Freitas.
Tudo gente boa. Afinal, o que constava nos inquéritos das operações Pasárgada, Arca de Noé, Sanguessuga, Aloprados (PF) e nos relatórios do Ministério Público de São Paulo era ‘ilação da Justiça’!
Do que jeito que anda a carruagem da privatização, teremos a reedição das expedições bandeirantes, quando exploradores paulistas vieram a Mato Grosso, apreenderam índios para escravizar (ou lhes deram espelhos) e levaram nosso ouro e pedras preciosas.
Agora, eles ‘levam’ a Sanecap.
VILSON NERY é advogado e militante do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral). Visite a pagina do MCCE-MT.
www.mcce-mt.org
GUERRILHEIROS VIRTU@IS: Vilson pegou o 'espírito da coisa'!
Pescado do Mídia News
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